terça-feira, 14 de junho de 2011

Abaixa o volume

"Abaixa o volume da violência" esse era o slogan de uma campanha contra a violência no trânsito que vi num outdoor ano passado se não me engano, na mesma campanha do cinto de segurança no banco de trás. Então eu digo abaixa o volume da injustiça, da ganância, do egoísmo, da corrupção, desigualdade social e do poder nas mãos erradas. Abaixa o volume do desrespeito, da falsidade, hipocrisia, arrogância (fulano não é melhor que beltrano) e coloca no mudo a falta ou desvio de caráter das pessoas. Vamos abaixar o volume dos maus tratos, das agressões físicas e verbais, estupros, exploração e conseqüentemente as drogas, o álcool que em minha opinião é a pior droga. E por que não abaixar também o volume da irresponsabilidade, da impaciência, raiva, ódio e mágoa? Não é difícil. Queria poder sozinha abaixar o volume da fome, mortalidade, do desemprego e dos desabrigados, mas isso é trabalho em conjunto, é preciso muita ajuda, pode até ser que precise apenas de um para começar, mas para ir em frente é necessário o coletivo. Eu poderia gritar, chorar, implorar a todos os seres que abaixemos de uma vez o volume do desequilíbrio ecológico, o aquecimento global, as chuvas constantes, as enchentes, seca, terremotos, tsunamis, tragédias na aviação, naufrágios, catástrofes em geral. E eu suplico que abaixem o volume de qualquer poluição, principalmente a sonora, de preferência quando tento dormir. Esse botão de volume só pode estar quebrado, por favor me ajudem a consertá-lo. Não quero um mundo perfeito, apenas um melhor, eu acredito que seja o que todos queiram, mas se fosse perfeito acho que seria um sonho, ilusão e não a realidade que precisamos pra crescer e amadurecer em muitos aspectos. Se bem que nossa realidade bem que poderia ser esse sonho.

domingo, 22 de maio de 2011

Blá blá blá

Dessa vez não consegui pensar num titulo, não ando pensante nos últimos tempos. Isso me faz lembrar de um episódio que assisti da serie House em que o doutor descobria que seu paciente tomava um xarope (não me vem à memória a composição agora) para ficar dopado o tempo todo e conseqüentemente ir diminuindo seu QI. House inconformado perguntou como uma pessoa poderia preferir ser menos inteligente, e seu paciente respondeu que preferia ter um QI baixo porque era mais feliz assim, e House mais uma vez indaga como ele poderia ser feliz se sentindo “burro”, o paciente continuou se explicando dizendo que preferia ser burro e feliz do que inteligente e infeliz, tendo a consciência do que acontece no mundo, na vida, com as pessoas, guerra, catástrofes, meio ambiente, ignorância, arrogância, tirania, injustiça, entre outras coisas. Confesso que não foi assim que aconteceu a cena, 90% dessas palavras não foram ditas, eu que improvisei por não lembrar ao certo, mas um dia desses ainda caço esse episódio pra postar aqui. Mudando de assunto drasticamente, eu terminei de ler um livro, descobri o mundo, parabéns para mim, só pra constar estou sendo irônica. Não foi nenhuma conquista, quer dizer, depende do ponto de vista da pessoa, do meu foi uma das grandes, eu acho que comentei anteriormente em algum dos textos que nunca havia terminado um livro, pois agora cheguei a extravasar, terminei dois e estou a caminho do terceiro e quarto. Aqui não para de chover, assim não conseguirei riscar da minha lista de coisas que quero fazer antes de morrer o item tomar banho de cachoeira. Alguém sabe o que significa a expressão aforismo? Não? Eu também não sabia até final do ano passado quando li numa matéria da revista Veja, sobre o literário e jornalista Karl Kraus e o aforismo, a matéria me encantou de uma maneira que não sosseguei até comprar o livro, na verdade o livro fala de todos os assuntos possíveis, só que o autor se expressa pelo aforismo, ou seja uma breve definição, sem delongas, curto e direto. Eu ainda estou no inicio e pretendo colocar alguns trechos dele aqui, ah porque não colocar agora o mais recente que li sobre a moral? “Eis o triunfo da moralidade: um ladrão que invadiu um quarto afirma que seu pudor foi ferido e, ameaçando fazer uma acusação de imoralidade, consegue se livrar da acusação de invasão”. É nessas horas que você volta a pensar na cena de House, e não sabe se enfrenta o mundo como ele é ou fica sentado, distante de tudo que acontece, dopado deixando que tudo passe despercebido e que nada venha a te abalar, como dizem por ai, nem sempre o caminho mais fácil é o melhor.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Assisto e recomendo: Bones

Booth - Eu fui enviado a Kosovo, e havia um sérvio, general Radik, líder de uma unidade que atacava vilas e as destruía. Mulheres, crianças, todas mortas porque ele queria purificar etnicamente o país. Ele já havia feito isso duas vezes. Nós tínhamos os fatos, prova. 232 pessoas dizimadas. Eu fui o atirador...enviado para pará-lo. Ele ia partir em algumas horas. Era o aniversário do filho dele. Um garotinho com uns seis ou sete anos. Ainda posso ouvir a música da festa. Aquela música tocando na minha cabeça. Ninguém nunca soube de onde veio o tiro, mas eles sabiam por quê. Dizem que eu salvei mais de 100 pessoas. Mas, sabe, aquele garotinho, que não sabia quem era o pai, ele apenas o amava, ele o viu morrer e cair no chão, bem na frente dele. Aquele garotinho coberto com o sangue do pai foi transformado pra sempre. Nunca é só a pessoa que morre. Nunca. Todos nós morremos um pouco. A cada tiro, todos nós morremos um pouco.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O mundo dá voltas não é Mayara Petruso?

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".





Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidente ou presidenta (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país? Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano. Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner... E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melodias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...

Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo? Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!! Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!


Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes. Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!” Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.

E eu fico pensando, onde será que estará ela agora no meio de tanta chuva que derruba o estado de São Paulo? No fundo de nossos corações não desejamos que você Mayara, se afogue. De longe será um favor pra nós nordestinos, pelo menos eu quero que você viva bastante para aprender que o mundo dá voltas.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Não assisto, mas meu professor recomenda

Cenas de Matrix

Agente Smith: "Eu gostaria de te contar uma revelação que eu tive durante o meu tempo aqui. Ela me ocorreu quando eu tentei classificar sua espécie e me dei conta de que vocês não são mamíferos. Todos os mamíferos do planeta instintivamente entram em equilíbrio com o meio ambiente. Mas os humanos não. Vocês vão para uma área e se multiplicam e se multiplicam, até que todos os recursos naturais sejam consumidos. A única forma de sobreviverem é indo para uma outra área. Há um outro organismo neste planeta que segue o mesmo padrão. Você sabe qual é? Um vírus. Os seres humanos são uma doença. Um câncer neste planeta. Vocês são uma praga. E nós somos a cura."

Agente Smith: "Sr. Anderson, surpreso em me ver? Então, tem consciência da nossa ligação. Não entendo bem como aconteceu. Talvez uma parte de você inserida em mim, algo sobrescrito ou copiado. Agora é irrelevante. O que importa é que o que aconteceu teve um motivo. Eu matei você. Vi você morrer com uma certa satisfação, devo dizer. Aí, algo aconteceu, algo que eu sabia que era impossível, mas que aconteceu assim mesmo. O Senhor me destruiu, Sr. Anderson. Depois disso, eu sabia as regras, entendia o que deveria fazer, mas não fiz. Não consegui. Fui compelido a ficar. Compelido a desobedecer. E agora aqui estou, por sua causa, Sr. Anderson. Por sua causa, não sou mais agente do sistema. Por sua causa, mudei, estou desconectado. Um novo homem, por assim dizer. Como você, aparentemente livre. Mas, como você sabe, as aparências enganam. O que me traz de volta ao motivo de estarmos aqui. Não estamos aqui porque somos livres, mas porque não somos. Não há como fugir da razão, como negar o propósito. Pois, como ambos sabemos, sem propósito, não existiríamos. Foi o propósito que nos criou. O propósito nos conecta. Ele nos impele. Nos guia. Nos motiva. O propósito nos define. O propósito nos une. Nós estamos aqui por sua causa, Sr. Anderson. Para tirar o que tentou tirar de nós. O propósito."

Agente Smith: "Eu realmente deveria lhe agradecer pois foi sua vida que me mostrou o propósito de toda vida, o propósito da vida é terminar!"

Pode piorar sim, Tiririca

Na semana passada teve início a edição 2010 daquela hora da tristeza de ser brasileiro que é o horário político na televisão. Tal como se apresenta, ele não escapa de duas alternativas: a mistificação ou a indigência. Se a campanha é rica, para cargo executivo e tem bons minutos na TV, não faltarão voos sobre as cidades e os campos, as florestas, os rios, as cachoeiras e os vastos horizontes, versão atualizada dos velhos filmes de Jean Manzon e do Amaral Neto Repórter, como concordarão os últimos moicanos que ainda se lembram deles. A música apoteótica cabe o papel de reforçar o entusiasmo de quem já o possui ou despertá-lo nos que ainda resistem. Capturam-se no intervalo depoimentos de populares que, numa impressionante coincidência, se mostram todos, ricos e pobres, jovens e velhos, homens e mulheres, tomados de admiração pelo candidato.

Se a campanha é governista, desfilarão exuberantes plantações, obras públicas tocadas em ritmo febril, fábricas funcionando a todo o vapor, povo gozando de escandinavo nível de bem-estar. Se é de caráter nacional, serão mostrados em rápida sucessão o Cristo Redentor e os arranha-céus da Avenida Paulista, uma baiana e um gaúcho em seu cavalo. Tudo isso, claro, se fez presente na semana passada no programa inaugural de Dilma Roussef, e não foi por acaso: é a campanha mais rica, nacional, governista e com mais tempo na TV. O programa teve ainda mais: uma espetacular sequência em que a candidata, à beira do Arroio Chuí, dialoga com o presidente Lula em Rondônia, à beira do Rio Madeira, os dois em posição de aplicar "um abração no nosso povo, um abração do tamanho do Brasil", como disse Lula.


O programa de Dilma teve tudo e mais um pouco, para ilustrar a mistificação. Perdeu seu tempo quem procurou um projeto de governo, uma definição sobre tema controverso. Quanto à indigência, repete-se a conhecida parada macabra dos candidatos a deputado, os tipos suspeitos alternando-se com os sinistros, os desconhecidos com os exóticos. Tudo muito rápido, um empurrando o outro como quem enfrenta um corredor polonês, atropelando-se para dar um recado que na maior parte das vezes se resume à recitação de um nome e de um número. Pince quem for capaz um candidato que coincida com suas visões e aspirações nessa feira de desesperados.


Não é a existência em si do horário político que deve ser posta em causa. O acesso, bem ou mal igualitário, dos candidatos e dos partidos ao mais central e mais crucial dos meios de comunicação é um avança a ser preservado. O problema é o modelo vigente. Ele está longe de oferecer informação que possibilite escolhas claras e conscientes do eleitor. E o pior é que ele é o começo de tudo, no processo político.


É preciso repensá-lo, se desejam eleições diferentes das que, ao fim e ao cabo, vão resultar nas instituições frouxas e da democracia de segunda ordem que temos hoje. Algumas regrinhas poderiam ajudar. Por exemplo, proibir, ou limitar, o uso de cenas externas. Ou exigir, em um programa por semana, ou dois, ou quantos se arbitrarem, a presença ao vivo do candidato. Perde-se na espetaculosidade hollywoodiana que as campanhas ricas se acostumaram a ostentar, mas ganha-se na autenticidade. Medidas como essas tenderiam a corrigir o que os programas têm de mais vazio e, com desculpa pela expressão, alienante. De quebra, diminui-se o custo igualmente hollywoodiano das campanhas políticas brasileiras.


Mas o ideal mesmo, para produzir uma mudança "radical", como diria o candidato Plínio de Arruda Sampaio, estrela inesperada da temporada, seria mudar o caráter do programa, que de "propaganda política" passaria a "informação política". A propaganda já dispõe das muitas inserções que, ao longo do dia, são obrigatoriamente veiculadas na TV e no rádio. As duas edições diárias do programa de cinquenta minutos ofereceriam entrevistas com os candidatos, reportagens e debates produzidos e mediados por entidades neutras supervisionadas pela Justiça Eleitoral. Utopia? De realização distante como o Brasil Grande do programa de Dilma? Certamente, mas quem sabe, martelando se desde já, um dia pega?


Por enquanto ficamos com Tiririca. Tiririca é um cantor, ou ator, ou humorista (?!), ou seja lá o que for, que se apresenta como candidato a deputado federal em São Paulo. Ele diz, em seu comercial: "Que faz um deputado federal? Na realidade eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto". De boné, peruca e roupa que lembra um arlequim da roça, Tiririca termina com o slogan "Pior do que está não fica. Vote em Tiririca". Fica sim, amigo Tiririca. Já ficou.


Roberto Pompeu de Toledo, Revista Veja - 25 de agosto de 2010

domingo, 22 de agosto de 2010

Pensamento de uma tarde de domingo

Aprendemos no maternal a pintar, cortar e colar, na alfabetização vem à missão de escrever nosso nome, a caligrafia e a fazer tabuadas simples, no primário são as ciências (o que me deixava louca), a história, geografia, português básico. No ginásio essas matérias se expandem mais, e é acrescentado no currículo a física, química e biologia. Já no ensino médio normalmente sai da grade a religião, entra a filosofia e a sociologia, que em minha opinião o método de ensino não é lá muito diferente da religião. Ah como eu pude esquecer, tem o inglês que você estuda o verbo “To be” a vida inteira.

Mas em nenhum momento nos ensinam a viver a vida ou a encarar a morte, eles devem achar que temos que aprender isso em casa, com nossos pais, com nossa família ou amigos, por experiência própria. Se bem que eu particularmente acho que se existisse essa matéria não mudaria em nada nossa reação diante de determinadas situações como a perda, acho que não adiantaria ter no currículo escolar a matéria “perdas e ganhos” ou “como encarar perdas”, na teoria tudo é mais fácil, dar conselhos é fácil, apoiar é fácil, agora viver é outra coisa, digo que também é fácil, mas quando você se importa e se preocupa demais com as pessoas ao seu redor fica muito complicado.
E o que me deixa triste nesse momento em minha vida é que não conheço ninguém que tenha uma memória tão boa quanto a minha, e como alguém que tenha uma memória tão boa consegue esquecer o que ela menos quer, as ultimas palavras de um ente querido para ela.

Pra quem está acostumado com meus textos gigantes digo que por hoje não estou raciocinando muito, não expressei tudo que gostaria de passar. Alguns devem saber que estou “dodói”, portanto só ficarão com essas palavras. Espero que tenha algum significado para vocês.